domingo, 16 de junho de 2013

Para ajudar a formar opinião.


IMPRESSÕES SOBRE OS PROTESTOS NA PAULISTA

A maioria dos meus amigos mais politizados está tomando posição sobre este movimento, que vai ficando cada vez maior.

Algumas considerações a respeito:

- Toda multidão comporta uma minoria bagunceira e/ou violenta. Não se deve tomar a parte pelo todo. Manifestantes não são todos vândalos, da mesma forma q  policiais (que também utilizam transporte público), em sua maioria, não são psicopatas. O dano q uns e outros causam, porém, é o que é mais divulgado. Cuidado: isso desvia a atenção do que é mais importante.

- Os tais 20 centavos são a famosa "gota d'água", de um país que faz tudo a toque de caixa. Constrói estádios "do nada", e dá mostra inequívocas de incompetência (vide o Engenhão, no RJ...), mas bate o pé contra um protesto legítimo.

- As mídias alternativas estão roubando a cena. Não mais dependemos de veículos parciais e/ou alinhados com o poder: temos relatos in loco, de pessoas q estiveram lá, e de analistas que enxergam além da superfície. É salutar ler o q eles dizem, para tomar uma posição mais embasada sobre o tema.

- Normalmente, formamos uma opinião quase imediatamente após sabermos de um fato ou evento. Depois, apenas procuramos aquilo que a confirma. A coragem, no caso, é mudar de opinião, frente às mudanças que vão se mostrando. Digo isso por mim: detesto bagunça, acho os "manifestantes profissionais" um bando de chatos  hipócritas, não compactuo com aqueles que apenas criticam o tal do sistema - cheio de falhas - mas que pretendem substituí-lo por um sistema pior e já comprovadamente ineficiente. Mas mudei de ideia, ao ver o rumo q o movimento toma. Tirei os bagunceiros do foco, e comecei a enxergar além deles. Tenham sido eles que começaram tudo, ou não, a verdade é que o movimento começa a ser protagonizado por uma multidão representativa: não apenas os piqueteiros, não apenas os baderneiros, comunistas, chatos e outros, mas caras como eu e você, cansados dos desmandos do nosso ineficiente e corrupto governo.


- A mudança de paradigma que está se demonstrando (e que já é notícia fora do país) é surpreendente. Não deslegitimemos os protestos comparando-o ao q há lá fora. A primavera árabe protestou contra ditaduras, que felizmente não temos; mas devemos protestar, sim, contra um governo ineficiente, corrupto e mentiroso, que maquia índices inflacionários, e opera na surdina, arrochando as parcelas mais oprimidas, ou fazendo que nós - a classe média - paguemos por seus caprichos. Este protesto é legítimo porque estes desmandos causam efeitos parecidos a de uma ditadura: separação de classes, favorecimentos de minorias, opressão e falta de voz a maioria, e sofrimento desnecessário. 

- Saiamos de nossos lugares para enxergar a proporção que isso toma. Desde o movimento caras pintadas não acontecia algo do tipo, e há uma significativa diferença: este era apoiado pelas mídias mais poderosas, que tinham interesse em rifar o incontrolável Collor, enquanto que neste caso, somos apenas nós, o povo, contra as mídias e contra o governo. É o povo protestando por si só, contra aquilo q o afeta e o cansa. Isso é um marco na nossa história.

- Reveja sua posição (qualquer que seja), discutindo a respeito. Ou você irá reforça-la, com melhores argumentos, ou poderá mudar de ideia, o q aconteceu comigo.

- Este movimento traz uma marca política incontestável: o povo que acorda e percebe seu poder; as classes q se solidarizam umas com as outras, porque, tirando a maioria AAA em seus SUV's idiotas torrando toneladas de gasolina, todas as outras percebem que são sacrificadas; se derrubam alguns muros que nos separam em classes e categorias, e isso tem importância cabal.

- Amigos meus já se organizam para participar das próximas manifestações. O movimento arrasta o povo de bem - como eu e você - a tomar uma posição, e faz enxergar que a causa do povo é legitima. Chega de conformismo, chega 

de passividade. Acordemos! Vivemos uma democracia, com direito a voto, em um dos melhores "mundos" possíveis da modernidade, mas deixamos tudo nas mãos de qualquer um que convença uma parcela a votar nele. Isso cobra um preço alto. Nossa passividade cobra um preço alto, como, por exemplo, pagar três vezes por um serviço: você paga o SUS, pelos impostos; mas paga seu convênio; mas precisa de um médico q nenhum dos dois cobre, então, paga o médico particular. Percebe? Só nós somos prejudicados pela "bovinidade" com que encaramos a vida.

- Não se apegue a um argumento ou simpatia. Você gosta da polícia? Você odeia a polícia? Você enxerga "conspirações" em tudo? Vc detesta a Globo, ou a imprensa? Nada disso realmente importa agora. Somos um povo se reunindo para marchar, para reivindicar poder, de uma forma inédita.

- A violência não leva a nada, mas o imobilismo, menos ainda. Isso é importantíssimo. Jamais defenderei a violência, e o ideal seria protestos pacíficos. Mas sejamos realistas: isso é possível, ou é utópico? Enquanto houver uma minoria baderneira, e uma polícia q confunde autoridade com castigo, a paz em protestos é um sonho. 

- Por último, se for protestar, não vá para brigar. Se preserve. use seu direito legítimo de reivindicar, de ir e vir, de clamar por mudanças. Pacificadores, como Gandhi e Mandela, conseguiram muito mais que belicistas.

Vamos discutir a respeito?

Alberto Nannini

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para quem não está conseguindo acessar o link, aqui vai...



Dicas de Interpretação


Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (=argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta).
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.

Nota: Diante do que foi dito, espero que você mude o modo de pensar, pois a interpretação não depende de cada um, mas, sim, do que está escrito. "O que está escrito, escrito está."